1° Aula de Kidous: Conceitos e Kidous Basicos

Estava sobre as pernas, assentado confortavelmente. Havia muitas pessoas à sua volta e um calor lhe consumia vagarosamente, sentia vontade de despir-se, ou de ser banhado por uma corrente gélida de água...

Kira tinha a aparência de um demônio. As madeixas alvas lhe escorriam a face esquerda e ocultava um de seus olhos. O corpo infantil o fazia ser subestimado... sempre!

À frente de todas aquelas pessoas (à volta de Kira) estava Yasmin, uma shinigami de alto escalão que se ocupava com a tarefa de ensinar a aqueles novatos as técnicas conhecidas por kidou.

Enquanto fitava o solo ouvia as palavras da instrutora, que já não eram tão altissonantes como mais à frente. Parecia-lhe algo básico, técnicas que utilizam a reiatsu para aprisionar e empurrar o inimigo. Pois bem, era o tempo de tentar...

Levantou-se com uma serenidade jamais vista por ninguém; Parecia puro na sua inocência. Kira odiava a aparência simples do shihakushou que os shinigami utilizavam, por isso, sobre ele, utilizava uma roupa roxa e branca, sendo que a parte branca parecia uma capa com a parte inferior detalhada à base de rasgos... As indumentárias balançavam amenamente.

Lentamente, Kira levou seus olhos para a direita (só enxergava com um deles, o que os cabelos não cobriam) e avistou seu alvo. Visto (ouvido) o que a instrutora havia de ter explicado, seguiu os fundamentos... Porém, aquilo não era um boneco de madeira, mas um shinigami aprendiz! Sorriu – interiormente é claro.

▬ Bakudou no Ichi; Sai. – Sua voz parecia uma canção aguda, uma canção de liras e cordas de harpa. Um japonês perfeito; domador de reiatsu.

À medida que balbuciava, apontava a mão esquerda em direção a um cara loiro que tinha a “idade humana” na casa dos trinta. Kira manteve sua visão por somente uma fina brecha entre as pálpebras, concentrou-se e repentinamente sentiu sua reiatsu fluir. Desde que pulverizou a sua “própria” casa, não se lembra de nunca mais ter sentido aquela calorosa energia percorrer as suas artérias.

De sua mão saiu o Bakudou que o fez da um passo para trás e assustado com o progresso abriu os olhos, naquele momento, suas madeixas esvoaçavam e ambos os seus olhos eram vistos, tão vermelhos refletiam o loiro ajoelhado com seus braços à costa e gemendo ao que parecia uma possível dor.

Talvez Kira tivesse um controle anormal sobre sua cálida reiatsu, pois só foi desejar e toda aquela pressão que segurava o homem se esvaiu e o liberou.

Os cabelos em posições normais, visão monocular novamente... ele caminhou para o canto oeste da sala. E sentou-se, para assim recuperar seu fôlego já quase escasso. Não que conjurar um bakudou o cansasse, mas aquela reiatsu azul que lhe vinha às artérias queimando-o, fazia com que o ar lhe faltasse.

[...]

O tempo passara e o que faltava agora era conjurar o seu primeiro hadou. Kira se levantou e por sorte, encontrou um boneco de madeira que não estava em uso. Já que o hadou consistia em somente empurrar, cria ele que não teria necessidade de utilizar reiatsu em algum pobre alvo.
Caminhou ele até o boneco que era quase maior que ele. Tentou se concentrar da mesma forma de antes, começou enxergar somente pela brecha da pálpebra novamente e seguidamente ergueu a mão esquerda, dizendo:

▬ Hadou no Ichi; Shou.

Um vórtice azulado circundou seu indicador e seguiu em direção ao boneco de madeira a somente cinco metros, todavia antes que acertasse o alvo, o vórtice dissipou e volveu a ser nada.

Nani ka?, perguntou-se a si mesmo o que estava havendo, O que será que fiz errado?

Olhou para o boneco, balbuciou o que precisava para criar o hadou e colocou o dedo em riste. Dessa vez Kira fechou os olhos com força e concentrou-se na imagem da instrutora, que fez com que aquele círculo que saiu de seu dedo se expandisse e atingisse com um impacto considerável o seu alvo.

Quando abriu os olhos pôde contemplar o boneco, porém agora estava a uns dez metros de distância. Realmente lhe faltava potência.

Kira então caminhara até a instrutora, não para contar seus feitos, ou que tinha conseguido em poucas tentativas, mas queria sair logo daquele meio onde tantos olhos o observavam... Queria sumir para um canto onde pudesse deixar seu coração bater desacelerado.

Caminhou...